terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Reflexões de arqueómano

I
Antropofagia

Será que o recalcitrante discurso sobre a antropofagia, presumida como um ritual, nos primórdios da nossa espécie, serve a mera expiação ou esconjura para mitigar a irrefutável contestação de que já nos comemos uns aos outros? Ou ainda...
O que é um ritual?... Não conheço nada que não possa ser, dado que a categoria queda por definir.

II
Síndrome

A excentricidade, seja, a violação dos cânones da simetria, na representação antropomórfica em algumas placas de xisto do Eneolítico, é tida como uma síndrome de quem as imaginou e produziu então, ou de quem as observa agora?

III
Autópsia

Qual a diferença entre uma escavação arqueológica e uma autópsia? Entre um campus arqueológico e o teatro anatómico? Estará o objecto da arqueologia mais morto do que o cadáver? Morbida res? Sem finalidade?